Porque precisamos falar sobre os valores pessoais do executivo

Porque precisamos falar sobre os valores pessoais do executivo

O que você prefere: entregar um trabalho no prazo com alguns erros; ou entregar sem erro nenhum, mas fora do prazo? Sei que alternativas tão polarizadas assim dificultam a resposta. Mas é exatamente esse tipo de situação que nos permite falar sobre os valores de cada pessoa e como eles influenciam as suas decisões.

Os valores são aquilo que consideramos certo, justo, importante ou bom. Eles refletem a nossa visão sobre o mundo e a forma como acreditamos que as coisas devem ser feitas. Para o que tem valor para nós, geralmente dedicamos tempo, energia, dinheiro e atenção. Por isso, é tão importante para a liderança ter consciência sobre os seus próprios valores.

Os valores são como um software que, discretamente, define o nosso modo de funcionar nas mais diferentes situações. Quer um exemplo? A decisão de estabelecer parcerias, contratar representantes e terceirizar processos produtivos é influenciada por valores pessoais como confiança e controle: qual é minha visão sobre a natureza humana (as pessoas são boas e confiáveis?) e o quanto é importante para mim ter controle total sobre o processo.

Um executivo que tem dificuldades em confiar nas outras pessoas pode evitar riscos para sua empresa, mas também privá-la de oportunidades importantes de negócio ao não construir as pontes necessárias com o mundo externo. Não existe certo, nem errado. Existe uma consequência de cada escolha e as necessidades de cada contexto. E essa é uma questão importante ao falar sobre valores.

Por inúmeras razões, muita gente confunde valor com moral. Ao perguntar os valores pessoais de alguém, é comum ouvir palavras como: respeito, justiça, ética, transparência. Que bom! Mas limitar o conceito de valores a essa lista empobrece muito a discussão; são palavras que carregam um julgamento moral e que dificilmente vão gerar discordância e reflexão.

Precisamos ampliar o conceito de valor e pensar sobre questões como: Segurança ou liberdade? Autocontrole ou prazer? Harmonia ou autenticidade? Todos são valores, todos têm sua importância e a escolha entre um e outro define bastante a forma de atuar do executivo. A opção entre autocontrole e prazer, por exemplo, influencia o clima interno nas equipes e o estilo de gestão da liderança.

Os valores enviesam as nossas escolhas? Sim, do mesmo modo que definem vários outros aspectos da nossa personalidade. O problema não é o viés, mas a falta de consciência de qual é o nosso sistema pessoal de valores e de como somos influenciados por ele.

Ter consciência sobre os próprios valores ajuda o líder a tomar melhores decisões. Não se pode andar às cegas e, nessa condição, muito menos reivindicar o direito de liderar outras pessoas.

A liderança precisa compreender quais são os seus valores e que consequências eles têm na sua prática diária. Pense na pergunta que abriu este artigo: se você valoriza tanto a qualidade a ponto de não atender o prazo, que consequências isso terá para outras pessoas e para você? E como você lidará com isso? As mesmas perguntas são válidas para aqueles que escolheram o prazo em detrimento da precisão.

Para uma discussão mais produtiva sobre valores, é preciso substituir o julgamento pela responsabilidade e consciência: mais do que certo e errado, os valores têm consequências não só para o líder, mas também para sua equipe, empresa e sociedade.

 

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