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O líder e o poder das boas perguntas para uma cultura de aprendizado e inovação

Um líder não precisa ter todas as respostas. E, num mundo complexo e mutante como o nosso, ter essa pretensão não seria um bom sinal!

Uma das mais importantes e mais subestimadas habilidades da liderança é fazer boas perguntas, ouvir com abertura e atenção as respostas e pedir ajuda às pessoas ao redor. Em vez de um sinal de fraqueza, ao demonstrar abertura e vulnerabilidade, o líder expressa confiança nos outros e, em troca, conquista a confiança do grupo também.

E isso não se aplica apenas à própria equipe, mas a colaboradores de qualquer área da empresa e também a clientes, parceiros e especialistas no assunto ou em áreas correlatas que possam trazer inspiração. Qualquer pessoa que possa ajudar e trazer novas perspectivas sobre o tema.

Deixar claras quais são as grandes perguntas da empresa e criar oportunidades para que as pessoas possam dar sua contribuição é um passo fundamental para criar uma cultura de aprendizado e inovação.

Compartilhar as perguntas, assumir as incertezas e envolver as pessoas na construção das respostas ajudam também a reduzir a ansiedade típica de nossos tempos, com efeitos enormes nos níveis de engajamento, qualidade de vida e produtividade das pessoas.

Erroneamente, muitos líderes preferem não compartilhar um assunto com sua equipe porque não têm ainda todas as respostas. A intenção é a melhor possível: eles temem que a falta de algumas definições traga estresse ao time. Mas, na verdade, ao não ter nenhuma informação, o time fica mais ansioso ainda.

Para nosso cérebro, a incerteza é como uma daquelas luzes que acendem inesperadamente no painel do carro e que capturam a nossa atenção até que sejamos capazes de entender o que ela significa. Em outro artigo, já falamos sobre como a incerteza é lida como uma ameaça pelo nosso cérebro, afetando por exemplo a nossa capacidade de lidar bem com as mudanças.

Para sair desse impasse, nós não precisamos de todas as respostas: saber quais são as perguntas e entender que iniciativas estão sendo tomadas para buscar soluções (com possibilidade de participar desse processo) já é meio caminho andado.

Fale com seu time e confie na capacidade das pessoas de lidar com as perguntas. Mas devem ser boas perguntas! Como um instrumento a ser afinado, precisamos melhorar a nossa capacidade de fazer perguntas poderosas, que não fiquem apenas escrutinando o passado, mas ajudem a enxergar novas oportunidades e a lidar com desafios inesperados. Perguntas que não tragam a sensação de impotência em que não sabe a resposta, mas que despertem nas pessoas a vontade de explorar em conjunto novas possibilidades.

 

 

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