“Novo normal” é um termo usado com frequência para descrever a nova realidade após a pandemia: mudanças que emergiram como temporárias, mas que podem afetar de modo definitivo o comportamento e o consumo. Particularmente, uso esse termo com ressalvas, especialmente neste momento.
Creio que é muito cedo para cravar qual será o novo normal. A Covid-19 e seus desdobramentos são uma experiência única na história recente da humanidade (e a primeira desse tipo amplificada pelas redes sociais). É muito difícil ainda afirmar o que é temporário e o que veio para ficar.
Quer um exemplo? Enquanto muitos apostam no crescimento do ambiente on-line como uma forma mais segura de se relacionar, o que vimos no mundo todo, após o relaxamento das restrições, foi a juventude lotando bares e praças. Ansiosa para reencontrar pessoas e ter proximidade social, desprezando inclusive os riscos dessa atitude.
Usar o termo “novo normal” também me faz pensar numa evolução em formato de escada, com degraus bem definidos. Embora seja confortável e mais didático pensar dessa forma, a realidade não é tão previsível assim. Ela se parece mais com uma rampa íngreme, com patamares pouco definidos, em que avançamos aos poucos e recuamos também.
Se temos que ter cautela com o novo normal, não podemos cair no outro extremo: o “nada mudou”. Para muitas pessoas e muitas empresas, a pandemia é apenas um transtorno temporário, um momento de mais dificuldades ou restrições que exigirá redução de custos e cancelamento de um outro projeto até que se possa voltar à normalidade.
É como se a empresa entrasse em hibernação, enquanto boa parte do mundo enfrenta um rigoroso inverno. Essa é uma visão limitada e perigosa, já que somos e seremos todos afetados de alguma forma pelas grandes mudanças e desafios trazidos pela Covid-19.
O “nada mudou” é um modelo que já ficou para trás. Porém, o “novo normal” é um destino que ainda não conhecemos. O que sabemos é que há uma viagem a fazer: uma transição entre uma realidade que já não existe mais e um novo modelo de trabalho, relações e negócios que precisa ser construído. Essa travessia é feita sobre uma ponte pênsil, um terreno instável em que vamos ganhando, perdendo e retomando equilíbrio à medida que caminhamos.
Nesses tempos em que a mudança é o novo normal, que competências são essenciais ao líder para cruzar a ponte e ajudar seu time a fazer a travessia? Entre tantas habilidades importantes, há duas que podemos citar: a inteligência emocional e a adaptabilidade.
A inteligência emocional (fruto do autoconhecimento) permite lidar melhor com as dificuldades, aprender com elas e manter a capacidade de trabalho e de decisão mesmo em cenários muito incertos ou desafiadores. Essa habilidade também nos possibilita conectar melhor com as emoções das outras pessoas e ter empatia – algo tão importante em um momento em que a vida pessoal e profissional se misturam, com desafios inimaginados.
A adaptabilidade é uma combinação de flexibilidade e firmeza na resposta aos desafios que aparecem. Ela nos permite conduzir as mudanças de forma ágil, sem ficar paralisado com o medo. Nossa capacidade de adaptação é muito influenciada pelo nosso mindset: a forma como enxergamos o mundo e a opinião que temos sobre nós mesmos.
Diante de situações de dificuldade ou mudança, podemos nos sentir estressados e ameaçados, enxergando apenas a possibilidade de perdas e prejuízos. Ou, então, podemos nos sentir igualmente estressados mas desafiados, identificando na crise oportunidades e fontes de aprendizado.
A forma como o líder reage às dificuldades afetará a capacidade da sua empresa de sobreviver e prosperar no novo cenário de mercado.
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Concordo em número e grau. Estamos em fase de espera X construção do que está por vir. Tratando-se de histórico de pandemia de alcance parecido, tivemos a gripe espanhola em 1919, porém devido a grandes mudanças tecnológicas de lá pra ca, não é um parâmetro para construir cenários de comportamento e mercado.
Cabe agora estar atento, saber lidar e também porquê não, ajudar na construção desse novo cenário?!
Afinal não foi da gripe espanhola que surgiu a “caipirinha”?